Eu recentemente comecei a ler o livro de pensamentos da cantora/atriz Demi Lovato, 365 Days – Staying strong. Eis que, alguns dias atrás, me deparei com uma passagem muito interessante. Ela dizia o seguinte:
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Eu nunca fiz o tipo invejosa. Sempre quis compartilhar da alegria das realizações das pessoas que me cercam na mesma medida em que gosto de compartilhar minhas alegrias com todo mundo. É legal dividir com os outros a conquista de alguma coisa, mas também é muito especial saber que um alguém que eu estimo realizou algum sonho. Afinal, a vida é feita dessas pequenas vitórias.
Quando transporto isso pro meu meio profissional, não é diferente: avançar na minha própria carreira me dá uma sensação incomparável, mas ajudar e ver um amigo e colega chegar lá é também motivo de muita felicidade. Eu sei como é difícil. Eu estive na pele dele. Ainda estou. Eu precisei de ajuda tanto quanto ele ou ela, e tive pessoas que me guiaram pelo caminho e vibraram comigo. Por que não ajudar? Por que não ficar feliz por outros colegas também?
Acho um pouco triste quando encontro pessoas que não sabem desfrutar desse tipo de prazer. Gente que trata o mercado literário como uma selva, em que um precisa engolir o outro pra sobreviver. Como se pra que eu atingisse o meu sucesso, outra pessoa tivesse que abrir mão do dela. Não é assim que funciona – nem na literatura, nem em nenhum outro campo de trabalho, ou da vida. Tem espaço pra todo mundo sim. A vida de um leitor não se resume a um único livro. Felizmente, é o tipo de negócio no qual se preza a infidelidade; não tem problema trair o amor que sente pelo meu livro amando outro também. Tudo bem se você amar dois, ou dez personagens ao mesmo tempo. O coração do leitor é largo, e o espaço na memória pra guardar mais e mais histórias é vasto. Você, autor, não vai perder seu lugar no playground porque o leitor escolheu ler o meu livro agora, assim como eu não vou perder um leitor que achar o seu livro mais legal do que o meu. Todo mundo acaba, de um jeito ou de outro, ganhando.
Então não se diminua com pensamentos egoístas. Não deixe de ajudar alguém, nem duvide da capacidade ou do tamanho do sonho de ninguém. Você já passou por isso. Ainda passa. Se estiver no seu poder ajudar, ajude. Leia, indique, compartilhe conteúdo, faça pelo outro o que você gostaria que fizessem por você. Propague o amor pela literatura e você o receberá de volta. E fique feliz quando algum outro autor conseguir a tão sonhada publicação. Anime-se. É um livro a mais, uma história a mais, um leitor a mais. Pra ele, pra você, pra todos nós. O coração da leitura é um só.