#AmorPlusSize: vivendo um dia de Maitê

 Sempre gostei dos momentos em Amor Plus Size em que a Maitê é fotografada. Seja pel câmera do amigo Isaac ou pelas lentes profissionais da fotógrafa de estúdio, tem uma coisa linda na forma como a Maitê se descobre através das fotografias. Ela é capaz de enxergar a si mesma sob uma nova perspectiva, mais forte, mais bonita e mais capaz – e gosta do que vê.

Respirei fundo antes de responder, tentando formular tudo numa frase que fizesse sentido. O que eu tinha achado? Bastaria que eu dissesse que nunca tinha me sentido tão fantástica? Ou que eu finalmente acreditava que aquele sonho, tão distante, era totalmente possível? Ou que nunca na minha vida inteira eu tinha me sentido tão bonita?

Ontem tive um dia de modelo nas mãos talentosas do maquiador Marcelo e da minha fangirl/fotógrafa preferida, Bárbara Regina. Eu já tinha passado por isso ano passado, quando ela tirou algumas fotos minhas para divulgação. Mas o que fizemos ontem foi diferente: mais autoral, mais arriscado, e, sob muitos aspectos, muito melhor e mais solto. E, assim como a Mai nos seus dias de princesa, eu não estava muito certa de que sabia o que estava fazendo.

— Solta os braços, bonita. Para de fazer essa pose de bule de chá!— Bule de chá? — repeti, aos risos. Ela me clicou no meio da gargalhada.— É, sabe, esse negócio de colocar a mão na cintura! — ela imitou a pose de maneira afetada. — Não fica bem em ninguém.—Tá legal, sem bule de chá — soltei os braços, chacoalhando-os ao lado do corpo pra tentar relaxarMas o que diabos eu ia fazer com as mãos agora?

Eu adoro tirar fotos – sempre gostei, e me considero uma pessoa fotogênica. No geral, sou rainha das selfies, e não tenho medo de fazer caretas em brincar na frente de uma câmera. Mas sabe, tem uma coisa muito diferente em alguém te fotografar. Você não sabe o que essa pessoa está vendo, e não ter controle sobre o quanto do que você quer mostrar está sendo passado para a câmera é algo muito difícil de superar. É o tipo de coisa que a Mai me ensinou, e que eu vivi na prática. E por isso, se soltar é tão difícil. Porque você não tem como saber o resultado.

Existe uma verdade na minha vida que eu demorei muito tempo para aceitar: eu sou gorda. Não é um elogio, ou uma crítica ou um defeito, é apenas verdade. Do mesmo jeito como meus olhos são castanhos e minha pele é branca, eu sou gorda. E aí, existe outra verdade ainda mais difícil de engolir que eu venho aprendendo, junto com a Mai: isso não muda absolutamente nada. Ser gorda não implica em ser bonita ou feia, em ser boa ou má pessoa. Pode mexer na autoestima da gente, e por vezes nós nos deixamos enganar pelo nosso tamanho, mas, no grosso, quando o dia termina, somos todos pessoas.

Quando o dia acabou e sentamos para ver as fotos, bateu aquele sorriso no meu rosto, e aquela sensação boa de missão cumprida e ego massageado – mais ou menos como aconteceu com a Mai. Em algumas fotos, meu primeiro pensamento era “uau, eu estou enorme”. Mas quer saber? Depois eu olhei bem pra minha cara, pra make linda que o Marcelo me deu, e pros ângulos e para as cores e para o conjunto da obra e decidi que o meu tamanho não importa. Ele não me define. Muita gente poderia dizer que, por pesar quase 80kg, não pega bem andar por aí de frente única, que eu não sou material de modelo, que isso, que aquilo. Mas quando o dia terminou, eu tive 200 fotos para me lembrar que eu sou linda, única e especial, e essas pessoas tiveram só seus próprios preconceitos em que pensar durante a noite.

O que a Mai me ensinou e as fotos confirmaram é que eu posso ser quem eu quiser. Fui fada por um dia, e amanhã posso ser bruxa, deusa, super herói, bailarina. Posso ser mil eus a cada dia ou todos de uma vez, e não importa se eu uso 38 ou 46. Ainda sou a mesma mulher, e sou linda à minha maneira. Isso ninguém pode tirar de mim.

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