Quando comecei a dar aula, em 2009, ser professora era como um “último recurso”. Depois de crescer neta de uma professora do Estado, tinha escutado todo tipo de barbaridades sobre como a vida de professor não era fácil e aquela deveria ser a última profissão no meu bloquinho de opções. Mas eu estava sem emprego, sem escola e com uma oportunidade, então resolvi começar.
Dei aula por quase dois anos antes de largar pra continuar a faculdade. Foi só depois que terminei meus estudos que voltei a ensinar. E se tem uma coisa que eu aprendi nesse tempo é que minha mãe e avó estavam certas: não é fácil. Mas isso não quer dizer que não valha a pena.
Talvez seja pelo fato de eu dar aulas de inglês e não ter contato com a realidade mais cruel daqueles que vivem de ensinar em escolas públicas, mas a verdade é que esse meu tempo como professora tem sido mais sobre experiências boas do que ruins. Sim, eu tenho que preparar aulas, e corrigir milhões de coisas, e ligar pra alunos, e me estresso com as coisas do dia a dia. Mas eu também dou muita risada, e faço amizades, e aprendo alguma coisa nova todos os dias.
Porque ser professor é isso – é ensinar, mas é aprender também. É aprender sobre aquele aluno que tem problemas na família e precisa de ajuda. É aprender a como lidar com as dificuldades particulares de cada um. É aprender o jeito certo de ensinar, porque a gente descobre que não existe um único jeito bom de entregar uma aula. É aprender a respeitar e a crescer junto, e principalmente, é aprender a se tornar e a criar seres humanos melhores.
Então, é, ser professora não foi minha primeira opção de carreira. Não sei se é isso que vou fazer pelo resto da vida. Mas de uma maneira ou de outra, é uma profissão que aprendi a amar.