Estava lendo aquele texto do Gregório sobre a Clarice. Você sabe qual é – virou uma baita polêmica por N motivos. Mas, enquanto eu lia, só conseguia ver o quanto, de certa maneira, eu me identificava com aquilo.
Acho que todos temos uma Clarice. Eu tive uma – ou melhor, um. Renato. Não digo o nome dele com frequência. Guardo como um segredo, às vezes um que gostaria de esquecer.
Mas a verdade é que, tal qual Clarice para Gregório, ele foi uma parte importante da minha vida. Nos conhecemos na infância, ficamos juntos quando eu tinha 14 e ele 16. Ficamos quase cinco anos juntos, onde aprendemos muito sobre nós mesmos e sobre a vida. Foram bons anos. E assim como Clarice e Gregório, não deu certo. Tinha tudo pra dar, mas não deu, por motivos nossos.
Às vezes acho que faltou alguma coisa. Uma despedida, uma resolução, uma explicação, ou simplesmente um “eu estou bem” depois de tudo que passou. Tem vezes que escrevo para lembrar, tem dias em que me esforço para tirar da cabeça.
Mas mesmo assim, sei que nunca vou esquecê-lo. Hoje, enxergo o bem que a separação me fez, e fiz as pazes com o fato de que não se esquece um amor – especialmente o primeiro. Ele será sempre a minha Clarice; alguém que amei incondicionalmente, e que está tão diretamente ligado a minha própria vida que não há vida sem ele. Não faltou nada.
Que lindo Larissa!
Fiquei tocada com o seu texto.
Espero que você encontre o Renato ainda por essas voltas que o mundo dá.
bjs,