Eu não sei mais onde acaba o começo e começa o fim. Parece que já faz uma eternidade que os meios tomaram pontos finais e as vírgulas se tornaram interrogações. Talvez faça mesmo. Talvez tenha sido ontem.
Não foi sobre as cartas não lidas, as mensagens não respondidas, nem sobre as vezes em que encarei o vazio. Foi sobre o todo e sobre nada em particular. Foi sobre nós. Sobre mim.
De você, guardo as letras num papel, as fotos que não quero mais ver, as musicas que não consigo mais ouvir e os textos que um dia eu lerei com saudade do sentimento que não tenho mais. Guardo as lembranças e a parte boa, que é tudo que posso guardar. O resto é história, daquelas que a gente não conta porque não vale mais a pena. Vai ficar pra outra hora, pra outro alguém, outra vida. Já foi.
Não sei o que você guarda de mim, nem com que entonação fala ou pensa meu nome – se é que pensa. Um dia, daqui um mês ou um ano, vou virar história na sua boca, aquela garota que um dia conheci e hoje não sei mais quem é. Não deu certo, ou deu até não dar mais.
Virei a página sem nem saber como nem quando, encerrando um capítulo longo com final entreaberto. A história continua. Todos somos histórias, no fim. Com nós dois não poderia ser diferente.