Você não está ficando para trás.
Essa é uma frase que preciso dizer pra mim mesma todos os dias. Tenho sempre a sensação de que a vida está passando pra todo mundo, avançando pra todas as pessoas, e que eu sou a única sendo deixada para trás na maré. Estou constantemente com aquela sensação de ser a última da fila, a última a chegar, a última a vencer, a última a crescer; sempre a última, sempre a menos, sempre a que fica para trás.
Mas não estou. Nenhum de nós está.
Nosso erro — acima de tudo, meu erro — é medir nossa vida de acordo com a régua dos outros. Avaliar nossas conquistas, nosso tempo e nosso crescimento de acordo com o que outras pessoas da mesma idade ou situação semelhante conseguiram é injusto e equivocado. A beleza da vida está na sua diversidade, no fato de que ela não é igual pra ninguém. Podemos trilhar caminhos parecidos até um ponto, mas depois dele, o que vem não está nas nossas mãos.
Por que eu, aos 25, deveria estar com a vida resolvida? Por que eu tenho que estar como o fulano, que já mora sozinho, ou igual ao beltrano, que está viajando o mundo, ou ao ciclano, que com a minha idade já está feliz e casado? Por que eu tenho que ser igual a alguém, e por que diabos eu precis ficar comparando a minha vida, as minhas escolhas e os meus sonhos aos dos outros?
Minha terapeuta me disse outro dia que a única pessoa a quem a gente deve se comparar é a nós mesmos. Eu sou melhor hoje do que eu era há um ano ou dois? Estou numa posição melhor, me tornei uma pessoa mais sábia, mais prudente, mais esperta? Eu cresci, à minha própria maneira?
E a resposta é… sim. Sim pra tudo. Sou uma pessoa diferente, e melhor do que fui no passado. Quantas vezes eu sonhei em chegar onde estou agora, e fazer as coisas que fiz, em ser quem eu sou? Isso é vitória, é avanço. Não fiquei para trás de nada nem de ninguém. Não é uma competição. A linha de chegada é diferente para cada pessoa. E a minha…
Bom, eu não sei onde está a minha. Mas sei que, no tempo certo, eu chego até lá.