Segure a minha mão. Você prometeu que seguraria a minha mão. Não solte — eu não saberia o que fazer se você a soltasse. E se eu sair voando por aí, sem rumo? E se eu não tiver para onde ir?
Presto atenção aos seus lábios se mexendo, ouço o som da sua voz, mas não processo as palavras. O que você quis dizer quando disse que nada mudaria? Tudo já está diferente. Você me prometeu que estaria aqui para sempre, que não me deixaria ir, mas está me deixando. Está indo embora sem nem um beijo de adeus.
Segure a minha mão, tento gritar, mas não posso. Não posso te impedir de ir. Não posso te pedir para ficar.
Vejo você me dando as costas, um passo de cada vez, e prendo a respiração. Um segundo, dois, depois dez. Solto o ar. Você não vai voltar dessa vez. O que você quis dizer quando disse que não iria a lugar algum? A distância é relativa, eu sei. Nós nunca realmente fomos próximos, não como mais importa. Se é que importa.
Fique comigo, penso, mas não digo. Jamais diria. Não posso te fazer escolher. Não tenho direito de te pedir nada. Pessoas não pertencem a pessoas, eu te digo, em vez disso, uma citação de um dos meus filmes favoritos. Sei disso. Acredito nisso.
Mas agora, só agora… não consigo fazer parar de doer.
A tudo aquilo que é eterno… Até o momento em que deixa de ser!