Eu tentei, tentei, tentei. Tentei ser diferente, tentei ser igual. Tentei ser maluca, tentei ser normal. Tentei tanto que perdeu o propósito. Quanto mais eu tento, mais me torno pedaços de mim mesma. Um espelho, não do que sou, mas do que os outros esperam de mim.

Eu dancei, dancei, dancei. Na ponta dos pés, até perder o chão. Do alto da corda bamba, com o coração na mão. Segui a melodia dos outros até perder minha própria música. Quanto mais eu danço, mais perco o ritmo. Uma marionete, presa pra sempre no teatro que fiz de mim mesma.

Eu falhei, falhei, falhei. Falhei em seguir, falhei em me adequar. Falhei por me destruir, falhei por tentar. Falhei até descobrir o que não queria para mim. Brilhei por outras pessoas até aprender a brilhar por mim mesma. Não preciso da canção do outro. Quando eu dançar agora, quando tentar, o farei por mim.