5-Year-Plan

Novinha, com meus dois
primeiros babys na mão

Esse mês, completo cinco anos de carreira literária. É estranho pra mim falar em cinco anos, quando, ao mesmo tempo, parece que faz muito mais do que isso e que comecei apenas ontem. Mas em Novembro de 2009, uma menina de dezessete anos descobriu, por indicação de uma amiga, um site de autopublicação, resolveu investir nisso, e aqui está ela hoje.

As coisas mudaram bastante em 5 anos. Quando eu comecei, não conhecia ninguém do meio literário, e ninguém me conhecia. Eu não sabia o que estava fazendo, não sabia onde era seguro pisar, não sabia pra que lado correr. Tinha dificuldade em tudo, desde fazer propaganda até contar a sinopse dos meus livros. Achava que seria mais fácil do que realmente foi, e mais rápido do que veio a ser. Me frustrei muito. Chorei um bocado. Mas aprendi bastante. Hoje, eu tenho um certo orgulho em dizer que não sou a pessoa mais famosa do universo, mas existem várias pessoas que já ouviram falar de mim em algum lugar. Conheço um bom número de profissionais da área, entre autores, revisores, capistas e editores. Já descobri em que e em quem posso confiar ou não, aprendi alguns caminhos seguros (embora ainda me meta em uma ou outra roubada), tenho mais confiança em mim mesma. Não sou mais a menina que gaguejava pra falar e que tinha vergonha de admitir que era escritora, mas confesso que o nervosismo ainda me balança quando vou apresentar um evento ou algo do gênero. Escrevo melhor hoje do que quando comecei. Não sou perfeita, não sou à prova de falhas, nem todo mundo gosta de mim, mas andei um bom caminho. E tenho muito do que me orgulhar.

Autografando a primeira edição
de As Bruxas de Oxford

Completar cinco anos desde a minha primeira publicação (que, a título de curiosidade, foi Toda Garota Quer, caso vocês não saibam) faz com que eu pense no que vai ser a vida daqui pra frente. Lá atrás, meu 5-year-plan (plano de cinco anos) incluíam dar a volta ao mundo, ser descoberta por uma mega editora e casar. Hoje eu não tenho mais namorado, viajei pra alguns países e estou momentaneamente sem editora, mas os plot twists da vida não me deixam perder as esperanças. Se tem uma coisa que aprendi nesses últimos cinco anos é que não vale a pena planejar tanto quando a vida simplesmente corre seu próprio curso. É bom ter objetivos e sonhos, mas existe um limite do que podemos fazer – o segredo está em encontrar esse limite. Hoje, acredito ter encontrado o meu.

Na minha primeira Bienal do Livro
como autora em SP

Não sei como vou estar daqui a cinco anos. Talvez eu esteja no topo dos mais vendidos da Veja, ou talvez eu autografe meia dúzia de livros por mês pros leitores interessados; qualquer uma dessas possibilidades funciona pra mim, desde que eu esteja escrevendo. Minha lista de afazeres inclui “não desistir”, “continuar escrevendo” e “acreditar em mim mesma”, porque por ora, é o que eu posso e devo fazer. Vou encontrando os caminhos novos, abrindo portas e janelas, crescendo na minha jornada. Graças a Deus, não estou sozinha: tenho uma família que me apoia, amigos do meu lado, leitores que acreditam em mim. Quando penso nisso tudo, é que percebo o quanto fiz valer minha carreira até aqui. Às vezes parece que não saí do lugar, mas quando penso no que conquistei, renovo as minhas energias. Tento de novo. Faço mais. Acredito. É tudo que eu preciso.

3 thoughts on “5-Year-Plan

  1. É muito bom ler relatos assim.Me identifiquei com você no começo de sua história.Ainda sou meio perdida.Não sei para onde vou, como divulgar meus livros.Mas é bom saber que não sou a única.Que todos passam por isso também.Te desejo muito sucesso Lari! Você é umas das escritoras que admiro para caramba! Me conquistou com a Bruxa de Oxford e agora não consigo parar de ler nada seu.rsrsrs Bjoo

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