Amigos (virtuais)

Galera da NRA – amizade virtual desde 2008

“Mas onde você conheceu essa menina?”
“Internet.”

Venho de uma geração em que dizer isso para os pais era a mesma coisa que assinar o atestado de “estou falando com um pedófilo de 50 anos virtualmente”. Quando comecei a me meter nessas terras virtuais, lá pelos meus 12 ou 13 anos, ter amigos pela internet era sinônimo de se meter em roubada; milhares de pessoas usavam o artifício da internet para atrair criancinhas desavisadas, e os pais entravam em desespero.

Dez anos se passaram, e embora eu saiba que os perigos da internet não mudaram (se não para a pior), posso dizer seguramente que tem muita gente bacana na internet sim. Talvez tenha sido só sorte minha, mas nunca cruzei com ninguém que quisesse me fazer mal. Pelo contrário, me deparei com dezenas de pessoas que me desejaram e me fizeram muito bem. E foi aí que me tornei uma grande defensora dos amigos virtuais.

Andressa – amizade virtual desde 2009

Sabe, amigo virtual é uma coisa engraçada. É um fulano que você nunca viu, que, até onde você sabe, pode estar mentindo pra você, mas em quem você confia. É uma pessoa que provavelmente tem uma vida própria e um monte de amigos reais, mas escolhe compartilhar seus segredos, alegrias e tristezas com uma pessoa que não pode abraçá-la, confortá-la ou estar fisicamente lá por ela. É um tipo de laço estranho que se forma entre duas pessoas que, sob todas as circunstâncias ditas “normais” não deveriam ser amigas – diacho, elas nem deveriam se conhecer. Mas o que Deus separa, a internet une,
e cá estamos nós. Amigos. Virtuais ou não, não interessa.

Já tive o prazer de fazer amizade com muita gente pela internet, e até hoje cultivo o sonho de conhecer boa parte deles pessoalmente. Muitos eu já conheci, e outros ainda um dia poderei encontrar, mas cada um deles tem sua importância pra mim. Não é porque não os vejo todos os dias que eles importam menos. Não é porque moramos em estados ou países diferentes que a amizade é menor. Como qualquer relacionamento a longa distância, a saudade alimenta o coração, e às vezes apenas saber que essa pessoa existe em algum lugar já é o suficiente pra nos deixar felizes.

Fandom de TLBD – amizade
virtual desde 2012

Então obrigada Sabrina, Andressa, Carol, AB, Bárbara, Luíza, Morgane, Débora, Lorena, Michelle, Fernanda, Tati, Raquel. Obrigada, Jacque, Chris, Doug, Clara, Tathi, Aimee, Amanda, Bruna, Rebeca, Laís, Camila, Mayra, Maynnara, Bianca. Obrigada a vocês cujos nomes eu não citei, cujas presenças físicas eu não posso aproveitar, mas que estão sempre no meu coração e no meu dia a dia – mais até do que muita gente que conheço pessoalmente. Obrigada por estarem comigo às quatro da manhã de um domingo ou âs 9 da noite de uma sexta, obrigada por fazerem dos meus dias o que eles são: especiais, assim como vocês. Obrigada por me deixarem entrar na vida de vocês e por essa troca que a gente tem sempre. Obrigada pela amizade, pelos conselhos e, por que não, pelo amor.

Vocês são únicas. Distância nenhuma pode mudar isso.

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