august

O vento no meu rosto e a chuva caindo lá fora. Nunca precisei de mais nada. Você me perguntou se eu tinha certeza, mas a verdade é que nunca estive tão certa de nada em toda a minha vida.

E eu consigo, ver lá no fundo da minha memória, aquele mês se esvaindo como uma folha perdida ao vento, porque nosso tempo nunca foi meu, para começar.

Você e seu violão, cantando noite adentro. Queria poder escrever meu nome na sua pele só para dizer que deixei alguma marca. Eu fico me perguntando se você ainda vai lembrar de mim quando amanhecer o dia. Sei que eu nunca vou esquecer.

E eu consigo ver, lá no fundo da minha memória, os segundos passando enquanto eu te via indo embora. Mas você nunca foi meu para perder.

Entre no carro, me encontre na rodoviária, aproveite enquanto há tempo, desista de tudo para me esperar, porque ainda tenho esperança de que de pra mudar. Talvez possa mudar.

Entre no carro, não conte pra ninguém, é só um fim de semana, esse vai ser o nosso momento. Mas não é nosso. Nunca é nosso.

E eu consigo ver, lá no fundo da minha memória, a chuva caindo do lado de fora enquanto eu te vejo dormir e me pergunto quanto tempo eu ainda tenho. Mas nunca tive tempo, nem chances, nem nada meu para perder. Nunca foi meu, para começar.

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