Feche a porta antes de sair. Tranque o armário quando for voltar. Diz pros seus pais que está visitando uns amigos, mas pros amigos você pode contar. Pegue o ônibus uma vez por mês, respire fundo vendo a cidade passar. O que começou em serenatas secretas vai acabar em uma chamada de vídeo sem que ninguém tenha descoberto.
É esse o problema dos romances proibidos. Eles nascem de sorrisos discretos e olhares roubados, mas não foram feitos pra durar.
Preste atenção no que for postar, pra ter certeza de que não estão ali. Tenha uma vida separada, e quando acabar, vai ser como se nunca tivesse existido. Faça planos lembrando que são impossíveis, uma promessa que você se sente incapaz de cumprir. Vá embora sentindo que falhou com tudo que você sempre quis.
É esse o problema dos romances proibidos. Eles nascem de sentimentos profundos e verdades enraizadas, mas não foram feitos pro mundo aceitar.
E você quer gritar, “parem de me chamar de amor, parem de me chamar de bebê”, porque olha só a merda que fizeram com você, te mostrando uma felicidade que você nunca achou que seria capaz de sentir. “Parem de me chamar de amor, parem de me chamar de meu bem”, porque acabaram com você, te ensinando um jeito de amar que você vai levar no seu peito pra sempre.
Mas você sabe que gritar não adianta. Não é raiva. Não existe raiva. Por você e com eles, você viveria tudo de novo um milhão de vezes.