Felipe Neto e a Idealização da Obesidade

Procurando onde pedi sua opinião, Felipe

Eu geralmente não me envolvo em polêmicas. Eu quase nunca uso o que os outros disseram pra comentar a respeito de alguma coisa. Mas hoje eu vou abrir uma exceção, porque realmente a coisa pegou pro pessoal aqui.

Estava eu navegando nesses mares cibernéticos, quando me deparei com essa matéria do blog Lugar de Mulher, que por sua vez, citava um desabafo do Youtuber Felipe Neto sobre pessoas que o acusavam de ser gordofóbico. Não vou me dar o trabalho de ficar copiando e colando partes do discurso dele aqui, mas em suma, ele afirmou que não é gordofobia se preocupar com a saúde das pessoas, e que ele se preocupa com essa idealização do gordo, de tratar o obeso como algo “normal”.

Uau, migo, valeu por essa. Eu realmente não sei como vivi todos esses anos sem a sua preocupação. Significa muito pra mim.

Depois de ler tudo o que ele escreveu, fiquei me perguntando o que exatamente ele entende como idealização. Resolvi pedir a ajuda do colega Dicionário, e ele me contou que significa  1 Ato ou efeito de idealizar. 2 Sociol Criação imaginária de normas de ação, no desenvolvimento cultural, tidas como perfeitas e apresentadas como objetivo a ser alcançado na realidade. Então, se nós mostramos respeito a uma pessoa com sobrepeso, nós estamos claramente desejando ser como elas. Claro. Afinal, não é isso que fazemos há décadas com as pessoas magras?

Vamos mais fundo nesse jogo. Pense em todas as pessoas a quem você já demonstrou respeito e consideração na vida (com sorte, será uma lista longa). Pense nos seus amigos e familiares e conhecidos de qualquer credo, raça ou sexualidade que você trata pelo que são, isto é, pessoas. Pense em todos eles e agora se pergunte: só porque você demonstrou respeito, significa que você quer ser como eles?

Acho que a resposta é não.

Felipe Neto que me desculpe, mas se hoje gordos e gordas de todas as partes do mundo lutam por alguma coisa, é apenas por isso: respeito. Como tantas outras pessoas, saímos em defesa simples pelo nosso direito de sermos tratados com nem mais nem menos que ninguém. Não quero que o mundo seja gordo. Você pode achar que não, mas eu sei que obesidade é uma doença. Eu sei que é perigoso. Eu sei que tem N outras doenças que vem junto. Mas sabe do que eu também sei? Eu sei qual o estado da MINHA saúde. Eu e apenas eu sou responsável por ela. Ninguém aqui é fiscal do peso, agente de saúde ou médico pessoal de ninguém.

Você não chega pra uma pessoa magra pensando em todos os problemas de saúde que ela pode ter e recomenda que ela faça isso ou aquilo. Você não age de maneira condescendente nem superior com aquele seu amigo magricela que come por três. Você não julga uma pessoa que tenha péssimos hábitos se ela estiver aparentemente dentro do IMC ideal. Sabe por que? Porque você não está nem aí pra saúde delas. Você está preocupado com o que acha que sabe quando olha pra alguém.

Então, por favor, pare de usar saúde como argumento. Você não sabe nada sobre a minha vida, nem sobre a de ninguém que não a sua. Não preciso estar magra pra ser saudável, assim como ninguém no peso que for, deve se descuidar da própria saúde. Não quero engordar o mundo. Não quero que todo mundo seja igual a mim. Quero apenas que ser eu mesma seja permitido, que me amar, do tamanho que for, não seja um crime. Quero que a idealização, já que você quer chamar assim, seja todo mundo idealizando a merda que quiser pra própria vida, sem julgar o do coleguinha. E quero que você e todos os outros gordofóbicos do planeta parem de achar que tem direito a opinião sobre qualquer parte da minha vida.

6 thoughts on “Felipe Neto e a Idealização da Obesidade

  1. Este rapaz está cada vez mais estúpido, só fala merda. Acha que a opinião dele sobre as coisas está sempre certa, só a dele. Os outros estão errados. Achei ridículo ele expondo a menina e mandando ela cuidar da saúde. Quem é ele para mandar alguém fazer alguma coisa? A Maddu que fez bem em deixar este traste.

    Ser magro não é sinônimo de saúde. Fui magra minha vida inteira e nem por isso fui feliz ou me senti saudável, muito pelo contrário, tenho que fazer exercícios e tomar vitaminas para me sentir bem.

    As pessoas levam uma vida de merda e depois que começam a se preocuparem (ou fingir que se preocupam) em manter uma vida saudável saem por aí enfiando o dedo na cara dos outros e achando que podem dizer como devem ser, o que devem comer. Este comportamento está bem frequente no Felipe Neto e na Kéfera, que é outra que até enche o saco da própria mãe e diz que tudo que fez foi por saúde. Saúde o caralho, foi para ser aceita mesmo, para pararem de chamá-la de gorda. E o Felipe nunca se preocupou em deixar de comer besteira, só depois que começou a engordar que veio com este papo de saúde. Os dois deveriam deixar de ser hipócritas.

    Gosto de cuidar da saúde, comer coisas saudáveis, mas também adoro comer besteira, sorvetes, chocolate e me sentir bem. Há gente que é tão infeliz que nem sabe sentir prazer ao degustar um prato de macarronada, isso sim eu acho triste.

    Tudo virou motivo para perturbar os outros. Se você faz exercícios, tem uma dieta que segue a risco, ótimo. Mas não precisa querer cuidar da vida dos outros, de falsos moralistas o mundo já está cheio e que cada um cuide de sua própria vida.

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