#AmorPlusSize: o que elas dizem #1

Nos últimos meses, venho falando bastante sobre Amor Plus Size aqui no blog. Como é meu novo trabalho e eu me orgulho muito dele, tenho destrinchado suas várias facetas aqui no blog pra vocês. Mas não fui a única a ser afetada por essa história. Antes de o livro chegar nas mãos das meninas da Increasy, antes de chegar a uma editora e antes de vocês puderem ler, vinte meninas muito especiais na minha vida, de todos os cantos do Brasil, leram e deram seus pitacos, em mais de um ano de processo de leitura beta. Com elas, ri, chorei e vivi a experiência de APS em diversos sentidos. Sem o apoio delas, esse livro não seria o que é, não de verdade.

Então propus a elas que, quem quisesse, fizesse uma aparição especial aqui no blog. Eu já falei demais sobre o que é APS e essa história pra mim. É hora de saber o que foi pra elas e, quem sabe, o que vai ser pra vocês também. Como opinião de mãe é sempre duvidosa, vamos ver o que quem vê de fora diz. Então a partir de hoje, mais ou menos uma ou duas vezes por mês esses depoimentos virão. E eu espero que eles mexam com vocês tanto quanto mexeram comigo.


Acho que a maioria das meninas consegue lembrar qual foi o primeiro momento em que elas ficaram em crise com o próprio corpo. Ou pelo menos qual foi a época em que as pernas deixaram de ser só partes de nosos corpo pra questões preocupantes. No meu caso, a cada vez que entro em um provador de loja – coisa que eu, aliás, gosto de fazer – eu tenho flashes de memória de quando eu tinha uns onze, doze anos.

Foi quando eu comecei a não conseguir usar mais as roupas que eu queria. Uma fase estranha em que eu não cabia mais nas roupas fofinhas que vendiam pras meninas nem podia usar as roupas mais “adultas” que minhas colegas de sala usavam nas festinhas. Aí eu estava lá, meio crescida demais pra idade, com gordura em lugares novos e uma estranheza geral com o corpo – mas precisava vestir roupas, não é mesmo?

Toda vez que eu e minha mãe saíamos para comprar roupas pra mim, eu ouvia o mesmo assunto: críticas ao meu corpo ou a qualquer possibilidade dele crescer ‘errado’. Cuidado filha, você anda comendo demais, olha essas gordurinhas! Tá vendo, filha, se você se controlasse mais pra comer, caberia naquela camiseta que a loja só tem no tamanho P. A pior parte de ser uma pessoa toda maior quando se é filha de alguém pequena, magra e delicada é que você se sente um alien. Eu quase nunca consegui pegar roupas da minha mãe emprestadas, ela nunca entendeu como meu corpo era e, quando meu tamanho de roupas de estabeleceu em um médio 44, ela me disse que eu precisava emagrecer.

Ao mesmo tempo, eu estava causando mal a mim mesma me comparando com todas as outras meninas. Por que minhas bochechas tinham que ser tão gordas? Por que eu não podia ter as pernas fininhas que minha amiga tinha? Por que eu não tinha peitos que nem a colega de sala? (Plot twist, Lorena de doze anos, as pessoas crescem em tempos diferentes). Por que eu continuava com aquela cara de criança? Isso, aliás, continua sendo uma crise minha até hoje.

Ler Amor Plus Size foi, pra dizer o mínimo, um gatilho pra relembrar tudo isso. Não que, como eu disse antes, não aconteça toda vez que eu entro em um provador, mas a leitura teve um efeito muito repentino na minha cabeça. Não que meus problemas com a aparência sejam exatamente os mesmos da Mai – ainda que exista uma conexão -, mas a insegurança com a aparência, a comparação com os outros e as mensagens de “ajuda” que recebemos estavam ali. Eu quis chorar em diversas partes de livro e, apesar de não ter confessado isso pra Lari antes, em um momento isso aconteceu.

E foi também porque eu amei o livro, sabe? Eu adoro a palavra catarse e acho que ela se aplica totalmente aqui. Foi intenso, foi meio terapêutico e foi aquele tipo de livro com que é fácil de se identificar. Eu fiquei pensando nele por dias depois que terminei e, sinceramente, até agora não sei dizer, só sentir.

Eu quero terminar esse texto-desabafo dizendo que espero que APS atinja muita gente da mesma forma que em atingiu. Que mais gente, sendo suas inseguranças iguais às da Mai ou não, possam ler esse livro maravilhoso e ter a mesma experiência que eu tive o privilégio de ter.

– Lorena Villaça, editora da Revista Pólen
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Para mais informações sobre os direitos do livro, contate: contato@increasy.com.br

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